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quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Morre lentamente (Pablo Neruda)


Morre lentamente quem não
viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si
mesmo....
Morre lentamente quem se
transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com
quem não conhece...

Morre lentamente quem evita
uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em
detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos
olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não
vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo
pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez
na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa
os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente, quem
abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que
desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a
morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito
maior que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que
conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

*Pablo Neruda*

2 comentários:

DESMESURANDO disse...

Muito legal seu blog. Belas postagens.
Ass.: Daniel

Luarte disse...

Essa poesia nos traz uma idéia
da morte em vida... as pessoas
não lutam para transformar a vida morrem a cada dia, como diria Oswald de Andrade ... "são os cadáveres que comem a comida dos vivos"

Grande abraço